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O AVANÇO DA COSMETOLOGIA: NOVAS PERSPECTIVAS



 



 O AVANÇO DA COSMETOLOGIA: NOVAS PERSPECTIVAS

Dr. Leandro Galhardi Paez
 
 
O mercado de cosméticos continua em plena ascensão no mundo. O Brasil continua sendo a terceira maior potência mundial em uso e consumo de cosméticos. A produção nacional de produtos cosméticos tem exigido cada vez mais o empenho das empresas nacionais, para que continuem competitivas no mercado e para que a cosmética continue avançando sobre as novas perspectivas dos fiéis consumidores.
Um dos melhores conceitos das empresas nacionais, para que continuem competitivas é o uso de matérias-primas inovadoras, que remetem cosméticos inovadores e conceitos diferenciados. Há empresas que trabalham com nutracêuticos, oligocosméticos, linha verde e possuem perfil de sustentabilidade.
Quando falamos em novas moléculas, estamos expondo um cenário cada vez mais promissor para a Cosmética, pois os consumidores estão cada vez mais experientes em ativos e formulações e querem novidades a todo momento. Um consumidor que está acostumado com determinados ativos, passado certo período ou após determinada idade, ele almeja intensificar a ação cosmética, normalmente ácida, despigmentante, anti-aging, entre outras. Dessa forma, para que ocorra uma ação mais intensa, o cliente necessita de produtos com ativos diferenciados, mais potentes, com novos desempenhos e propriedades, porcentagens maiores e de ações mais profundas.
Podemos nesse quesito, fazer uso de substâncias clássicas, porém, inseridas em tecnologias e não somente na condição sobrenadante. Os ativos não podem ser inseridos sem uso de tecnologia. Exemplos:
1) Moléculas que se metabolizam na pele formando vitamina C;
2) Complexos de moléculas: Conservantes estáveis (pH e ToC), como não doador de formaldeídos, parabenos free e halogênios free;
3) Ativos biotecnológicos, naturais ou de origem natural;
4) Linha green, óleos, extratos, sementes, fragrâncias e orgânicos.
5) Ativos derivados de ervas, frutas e vegetais;
6) Beleza instantânea: Modern Urban Nomad;
7) Power Patches (micro estímulos elétricos para tratamento home use, que são patches de baixa voltagem (3V) para tratamentos cosméticos e dermatológicos, de ação sinérgica com os tratamentos tradicionais, conferindo efeito complementar e ação imediata visível e progressiva (efeito long lasting) de ação ultra hidratante, melhorando a liberação de ativos na pele. Nesse caso, ocorre a sinergia de 3 sistemas de liberação: - Eletro Osmose: transporte de água eletro-induzido;
- Difusão: aumento da permeabilidade cutânea induzida pela aplicação do Patch; - Iontoforese: movimento devido à diferença de potencial elétrico.
8) Cosmetotêxteis: Tecidos com microcápsulas de ativos cosméticos, muito eficazes em diversas situações que incomodam a população. Exemplo: HLDG. Indústrias da moda e vestuário estão convencendo-se cada vez mais nesse nicho promissor e favorável às mais diversas situações.
9) Nanotecnologia: A nanotecnologia aplicada à cosmética refere-se à utilização de pequenas partículas contendo princípios ativos que são capazes de penetrar nas camadas mais profundas da pele, potencializando os efeitos do produto. Atualmente existem técnicas distintas para produção e avaliação das nanopartículas, bem como uma grande variedade de polímeros e biopolímeros que são utilizados como matéria-prima para o seu desenvolvimento.
10) Nutracêuticos e nutricosméticos: O universo complexo de personal care & cosméticos. Alimentos funcionais e a incorporação de ingredientes/ativos alimentícios nos produtos cosméticos;
11) Cosmetologia sustentável: Englobando o aspecto da cosmética inteligente, traz à tona o interesse em produzir produtos com caracteres naturais ou de origem orgânica. As marcas nesse caso possuem preocupações éticas, maior conscientização sobre os impactos ambientais, decorrentes de um tipo de fabricação, maior segmentação tanto nas formulações, nas embalagens ou no próprio mercado e usam ingredientes que empregam maior funcionalidade aos produtos, tais como, fragrâncias naturais (tendência da linha verde).
No âmbito da sustentabilidade, extinguem-se o uso de insumos de origem animal e substituem cada vez mais produtos sintéticos por aqueles
de caráter natural, levando-se em conta que 20% da Biodiversidade do mundo encontra-se no Brasil (a maior biodiversidade do mundo é brasileira). No Amazonas temos mais de dez mil espécies de plantas que podem vir a ser usadas na Cosmética (precisamos intensificar nossas investigações científicas acerca da nossa Biodiversidade, não apenas em Cosmética, mas também para a cura de doenças). Atualmente, utilizamos apenas 135 espécies da Amazônia com princípios ativos ou constituintes de interesse na área da saúde e da cosmética.
São desafios para a nossa gama de pesquisadores, futuros profissionais, políticos e até para a população, lutar pela preservação da biodiversidade e das comunidades. Desenvolver tecnologia adequada à exploração sustentável dos recursos. Criar junto às comunidades uma consciência sobre a necessidade de se melhorar a qualidade dos processos de extração e, sobretudo de armazenamento das matérias primas.
Os consumidores exigem cada vez mais a perfeita atuação do produto cosmético, demonstrando uma nítida necessidade da elucidação pormenorizada das formulações, levando-se em consideração e fazendo um paralelo com os tipos de peles que podem receber o produto, estado da pele, idade do indivíduo, sexo, patologias existentes, entre outros detalhes.
A escolha da formulação adequada, exige não somente que o consumidor final tenha um conhecimento cada vez melhor sobre o que pode ou não utilizar, mas também a atuação do profissional da área de estética e cosmética, colaborando com informações precisas e conhecimentos fundamentados na ciência, para que o cliente tenha em mãos melhores produtos, de acordo com as suas características.
Aos olhos do consumidor leigo, cosméticos podem parecer todos iguais, mudando apenas a marca e o preço. Essa informação é tão inverídica, que podemos fazer um breve resumo de toda a abordagem acima, para constatar que existem diferenças entre eles e que somente um profissional com boa formação e experiência no segmento poderá orientar.
É preciso evitar problemas com a escolha de bases dermatológicas ou cosméticas inadequadas, portanto, precisamos analisar o que a pele do consumidor exige e qual o resultado final que ele deseja.
A tendência está cada vez mais visível, são clientes querendo emulsões mais O/A do que A/O, desvinculando-se do efeito brilho oleoso, aderindo ao sensorial já presente na neurocosmética, buscando produtos menos irritantes (não-iônicos), deixando de lado ceratos de Galeno e Cold Cream (desuso) e dando espaço para emulsões não untuosas. Os géis por conta do aumento da pegajosidade deixam de ser tendência, favorecendo escolhas de melhores emulsionantes, emolientes e umectantes de última geração, trazendo o apelo air-cilium facial.
As manteigas cosméticas, hidratantes corporais, para mãos e pés, continuam em voga, porém, com ativos de última geração e nunca de origem animal. Os conceitos “PEG-free” oriundo dos EUA e os “green cosmetics” estão crescentes na cosmética mundial e com espaço garantido no Brasil, assim como, conceitos de parabéns-free (natural preservatives), dermocosméticos orgânicos certificados, redução no número de ingredientes, rótulos e embalagens com informações mais precisas e com apelo sustentável (Earth friendly, Turtle free, Dolphin free, Reciclável, Ecologicamente correto, Não tóxico, Não alergênico, Não testado em animais, Biodegradável, Seguro para meio ambiente “Ozone friendly”.
No quesito emulsões aniônicas e não iônicas, teremos no atual cenário a continuidade dos cremes, loções cremosas e cremes “oil-free”, bem como, emulsões catiônicas como condicionadores (recondicionantes). Continuará sendo comum o emprego de denominações não oficiais no Brasil, mas que colaboram com a melhor interpretação por parte dos leigos, sobre aquilo que está dentro do frasco e ele está adquirindo. Exemplos: Sérum, Clean, Oil-free, Light, Eye contour ou Contorno dos olhos, Creme-gel ou gel-creme.
Embora não sejam os cosméticos da moda, os géis continuarão presentes, pois trazem vantagens ao consumidor, tais como, sensação cristalina (não oleosidade), transparência, possibilidade hidroalcoólica, macromoléculas orgânicas ou inorgânicas favorecendo a retenção de moléculas de água e incorporações, originando dispersões viscosas. Temos os orgânicos Não iônico (Natrosol®/Cellosize®) e Iônico (Carbopóis). Continuarão bastante empregados na cosmética os derivados da celulose, tais como, goma xantana e goma guar.
No que tange as emulsões, sempre serão empregadas em cosmetologia, pois constitui boa parte dela. Trata-se de um sistema termodinamicamente instável, ou seja, mistura de dois líquidos imiscíveis entre si e uma terceira fase contendo agente emulsificante. No momento do preparo, podemos usar técnicas como Inglesa, Continental e Unifásica. São incorporados em suas fases ativos hidrossolúveis e/ou lipossolúveis dependendo de suas características e dos efeitos desejados.
Qualquer componente presente na formulação de uma emulsão pode alterar sua estabilidade, sendo estes considerados fatores intrínsecos. As incompatibilidades físicas e químicas, incluindo nesta última, pH, reações de oxirredução e hidrólise, interação entre os componentes da formulação e com o material de embalagem, são consideradas fatores intrínsecos. Fatores extrínsecos relacionados aos materiais de embalagem, processo de fabricação, condições ambientais e de transporte também poderão influenciar na estabilidade.
Aproveitando o eixo das emulsões, podemos citar o uso de óleos em cosméticos, que embora o consumidor final esteja fugindo cada vez mais de
formulações oleosas, temos a necessidade, embora em menor escala, do uso do óleo de maneira incorporada nas formulações ou de forma pura. São exemplos:
- Óleos Vegetais: Hidrófobo - não forma película contínua. Dispõe-se em gotículas nos espaços interfoliculares e entre os poros sudoríparos, devido a tensão superficial do óleo e à não miscibilidade com a água. A perspiração não é impedida, mas, também, não seca a pele, porque o óleo incorporado na camada córnea impede a descamação. Por isso, a pele torna-se macia.
- Óleos Minerais: Forma película contínua, cobrindo os poros sudoríparos e foliculares, mas não impedem a sudorese. A água atravessa facilmente a barreira.
Para finalizar, podemos entender que o mercado da cosmética está em plena ascensão pela exigência e vaidade dos seus consumidores e que as classes de cosméticos que estarão cada vez mais presentes na casa dos brasileiros são: aceleradores do bronzeado; adstringentes e tônicos; antiacne; antienvelhecimento; antissépticos; controladores do sistema pigmentar; destinados aos cuidados da celulite; desodorantes e antitranspirantes; estimulantes capilares; destinados aos cuidados com estrias, peles reativas e psoriases; filtros solares; hidratantes; máscaras faciais e capilares; argilas; queratoplásticos; queratolíticos; destinados aos cuidados com verrugas; destinados à pele com vitiligo; peeling e esfoliantes; destinados aos cuidados da barba e principalmente cosméticos de última geração (Lipossomas, Nanoesferas e Nanocápsulas, Microesferas, Microesponjas e Neurocosméticos), que embora sejam mais caros, estarão mais presentes por sua ação mais ágil e notável.
 
REFERÊNCIAS
* BAUMANN, Leslie. Dermatologia Cosmética: princípios e prática. Rio de Janeiro: Revinter, 2004.
* Cursos e Congressos PEEL LINE, 2015 e 2016.
* Draelos, Zoe. Cosmecêuticos. Rio de Janeiro: Revinter, 2006.
* Draelos Zoe. Dermatologia Cosmética. Santos: Editora Santos, 2012.
* FONSECA, A.; PRISTA, L. N. Manual de terapêutica dermatológica e cosmetologia. São Paulo: Rocca,1984. 435p.
* Nicastri, Ana Lúcia. Avanços em Cosmiatria. São Paulo: Editora LMP, 2013.
* Pereira, Maria de Fátima. Série Curso de Estética e Cosmetologia. São Caetano do Sul: Difusão Editora, 2013.
* RIBEIRO, Cláudio. Cosmetologia aplicada à dermoestética. São Paulo: Pharmabooks, 2006 e 2010.
* Souza,Valéria Maria. Antunes, Daniel. Ativos Dermatológicos, volume1–8. São Paulo: Pharmabooks Editora, 2013.
* VANZIN, Sara Bentler. Entendendo os Cosmecêuticos: diagnóstico e tratamento. 2ed. São Paulo, 2011. 398p.:il. * Anvisa (www.anvisa.org.br) – acesso em 25/11/2016
 
Dr. Leandro Galhardi Paez
 
Docente de graduação e pós-graduação (Centro Universitário Sant’Anna / SP); Palestrante e consultor na área de Cosmetologia (Peel Line / SP); Gerente Farmacêutico (Grupo DPSP / SP). Possui Mestrado em Ciências Farmacêuticas; Pós-graduação em Medicina Tradicional Chinesa e Pós-graduação em Homeopatia (Faculdade de Ciências da Saúde / SP); Pós-graduação em Neuropsicopedagogia (Instituto Itesa de Tecnologia, Especialização e Aprimoramento / SP); Bacharelado em Ciências Farmacêuticas e Formação Complementar em Estética e Cosmetologia (Universidade Anhembi Morumbi / SP); Licenciatura Plena em Letras (São Camilo / SP) e Graduando em Pedagogia (FPSJ / SP).

 
 








 


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